quarta-feira, 20 de março de 2013

O gótico clássico


A literatura gótica nem sempre foi apreciada, muitas vezes foi repudiada, banida, exilada. Durante muito tempo, o termo gótico foi usado para nomear tudo aquilo que é grotesco, que transmite medo ou horror, mas hoje (graças aos deuses) as pessoas são capazes de entender os gótico como o sombrio romântico, pois, hoje em dia, não é mais do que isso. Me entristece o coração saber que modinhas de hoje em dia fazem meninos e meninas que gostam de um simples rockinho leve e vestem preto se intitularem góticos ou vampiros, ou seja, os góticos estão na moda, mas não do jeito que gostaríamos, modinhas vem e vão e saibam que posers não são bem aceitos em nossa tribo e  (não é meu caso, mas existe) pessoas falsas se chamando de góticas mas que nem ao menos sabem o que é isso já foram espancadas por verdadeiros góticos e já houve casos até de morte, mas relaxe, isso há em todas as tribos, pode ver na sua também tem. mas vamos voltar ao que eu estava dizendo.

 A literatura gótica iniciou-se no século XVIII, registrando a obra "O castelo de Otranto"(1764) de Horace Walpole como a primeira obra de literatura gótica existente e publicada, e que serviu de incentivo para muitos outros escritores do gênero como Bram Stoker, Anne Rice, Edgar Allan Poe e Stephen King. A década de 1790 representou-se o auge da literatura gótica, é nesse período que suas principais obras são escritas, consagrando autores como Ann Radcliffe e Matthew Lewis por exemplo. Entretanto, se o termo gótico já era conhecido na Inglaterra desde a era de Shakespeare, até esse momento ainda não havia  consolidado um significado confortável para a palavra "Gótico" era empregado em um encontro de vertentes politicas e condições históricas, de ansiedades sobre a vida que encontrariam sumarização por meio de romance.
Dizer "gótico" podia ter diversas conotações, dependendo de lado a discussão se estava. Naquele contexto a palavra podia conotar: antiquarianismo inglês, diletantismo do partido Whig, influências do sturm und drang alemão, Jacobinismo, ocultismo e medo de sociedades secretas, nacionalismo inglês conservador, anti-catolicismo, medo da Inquisição, nostalgia do mundo feudal, medo da Revoluçao Francesa e uma série de outros significados antagônicos entre si. Apesar de ser um movimento multi-facetado, reflexo de conjunturas históricas e políticas, pode-se notar que a literatura gótica é, em grande parte, uma literatura ligada ao terror e ao medo.
Talvez, uma melhor maneira de se compreender o gótico na literatura seja entendê-lo como um momento narrativo no qual a nossa razão é desafiada por um acontecimento insólito. Como discurso literário, o efeito "gótico" consiste na criação de uma atmosfera narrativa, que deve envolver o leitor na história, para em seguida assustá-lo, mas de modo que lhe provoque prazer. Entendida assim, como efeito narrativo, a literatura gótica é um dos mais influentes modelos narrativos para as histórias de horror e terror que temos atualmente.
The Castle of Otranto, subtítulo a gothick story (1764), escrito por Sir Horace Walpole, é a obra seminal que marca o uso do termo gótico em literatura pela primeira vez. O pequeno romance, O Castelo de Otranto é um autodeclarado híbrido entre o antigo e o moderno, entre o romanesco e o romance, colocando em cena um elmo monstruoso, espadas gigantes, uma mão invisível, calabouços labirínticos, quadros fantasmagóricos e toda a parafernália sobrenatural que faria o sucesso dos romances góticos subseqüentes. A veia teatral e cômica desta narrativa são aspectos declarados pelo próprio autor no prefácio à segunda edição (1765), mas que a crítica especializada não costuma destacar. Walpole foi um erudito, um diletante e um entusiasta da idade medieval e, a leitura do romance deixará patente que ele não pretendia ser levado a sério com este livro. O interesse do autor por assuntos medievais se manifesta nas descrições meticulosas do cenário, já que a narrativa investe na representação de átrios, pórticos, abóbadas, criptas e galerias. São precisamente essas características arquitetônicas que conferem o status de “gótico” ao romance walpoliano.
Eu confesso que não li o livro ainda, mas o resumo pegado do Wikipédia serviu bem pra explicar do que se trata o livro: Na história, o único filho do príncipe usurpador Manfred, o enfermiço príncipe Conrad, morre no dia do seu casamento. O acontecimento é insólito: um elmo gigantesco cai misteriosamente do céu esmagando o jovem príncipe. Sem herdeiros e com uma antiga maldição do castelo pairando sobre a sua dinastia, o pai Manfred passa então a assediar sexualmente a noiva do filho morto. Obcecado pela idéia de desposar Isabella, contra a vontade da donzela, Manfred passa a rejeitar veementemente a filha “inútil” e a esposa “estéril”, tentando de todas as formas evitar a terrível profecia.
Não obstante, dos acontecimentos de inspiração sobrenatural desta obra derivará a tradição gótica inglesa, toda a literatura de Ann Radcliffe, o ser errante de Charles Maturin, Melmoth, the wanderer (1820), Dracula (1897) de Bram Stoker, todo o imaginário gótico anglo-americano do século XIX, nomeadamente, os contos de Edgar Allan Poe e Nathaniel Hawehorne, assim como as histórias de suspense, de detetives, romances policiais e thrillers contemporâneos. No momento assistimos à era digital reatualizar o gótico por meio de cartoons, graphic novels e videogames.
 Infelismente não posso dar rosas novamente, mas quando ler esse livro prometo criticá-lo em uma nova resenha saída do forno e dou as minhas rosas de nota.

2 comentários:

  1. Comprei o livro após ler esse texto seu, adorei, você cita que ainda não o leu, vai adorá-lo.

    ResponderExcluir
  2. Serio que eu te influenciei a compra-lo?
    Ganhei meu dia haha
    pretendo lê-lo em breve, e vou escrever uma resenha sobre ele também, mas agora fiquei mais curioso ainda sobre seu conteúdo.
    kkk

    ResponderExcluir