sábado, 21 de setembro de 2013

Ultra-romantismo de um ser atormentado

Gostaria de falar um pouco sobre poesia, o que entendo disso? Eu confesso que quase nada. Escrevo versos e mais versos ao papel, palavras que se perdem no horizonte negro de uma paisagem ensolarada, rimar sem rimas, a-b-a-a b-b-c-c, frases que nos invadem, sentimentos que não fazem sentido algum e assim deve ser e romance, acima de tudo o mórbido e romântico romance, mas vamos ao que interessa: Gostaria de falar um pouco sobre poesia, o que eu entendo disso? Eu confesso que quase nada. Mas por que não falar então de alguém que entende? acima de tudo meu poeta favorito, falemos então de Alvares de Azevedo!
Álvares de Azevedo
A Lira dos Vinte Anos é de longe meu livro de poemas favorito e o li diversas vezes, confesso que poucos são os poetas que conseguiram chamar minha atenção para me encantar e o poeta, dramaturgo, romancista e tradutor que conseguiu isso com total maestria foi meu caro Azevedo, poeta brasileiro cuja obra estou estudando para um projeto científico para a faculdade (juntamente com Edgar Allan Poe) e após ler esse livro de poemas tantas vezes pela biblioteca, ontem (20/09/2013) eu tive a decência de comprá-lo afinal e o reli numa tarde, passando pelas três liras com a mesma emoção de quando lido pela primeira vez.
mas falando um pouco das liras:
O livro foi escrito na segunda geração da poesia romântica brasileira, fase conhecida como Ultra-romantismo e dividiu-se em três partes: Na primeira delas, Azevedo se apresenta como um poeta sonhador. Durante as poesias, uma série de virgens místicas desfilam pelas páginas banhadas em sangue e mel, atribuindo a ele um clima fantástico e suavemente sensual. Já no segundo trecho, Álvares de Azevedo apresenta sua outra face, e adverte o leitor de que seus poemas tomarão um rumo diferente. "Cuidado leitor, ao voltar esta página!", escreve ele, "Vamos entrar num mundo novo, terra fantástica...". Segue-se então uma poesia mais sombria, povoada de cadáveres, vultos e festas boêmias, onde poeta revela estar próximo da morte, deixando "a vida como quem deixa o tédio/ Do deserto, o poento caminheiro". Enfim, na terceira, e última, Lira, ele retoma a mesma fantasia poética e sonhadora da primeira parte do livro. 
Lira do Vinte Anos é um composto do que há de melhor e mais autêntico na produção do poeta Álvares de Azevedo. Feita de palavras peculiares, a obra expressa com fidelidade a essência deste autor, que buscou incessantemente pelo amor e encontrou na boêmia um caminho para fugir da realidade. Embora tenha morrido aos 20 anos, Azevedo produziu uma obra poética de altíssimo nível, deixando registrada a sua incapacidade de adaptação ao mundo real e o seu potencial de elevar-se a outras esferas, utilizando-se do sonho e da fantasia. Estabelecendo-se na dúvida dos poetas da geração do mal du siècle, herdou deles o pendor do desregramento, para a vida boêmia e para o tédio. Contrabalança a influência de Byron com os devaneios de Musset, Hoffman entre outros...
Mas agora, depois de tanto falar, só faltam minhas caras rosas e para deixar um gosto a mais, deixo-lhes também um poema de cada Lira somente para vocês! Os poemas que mais chamaram minha atenção e os que mais admiro, aproveitem:

ROSAS PARA LIRA DOS VINTE ANOS: 10 rosas vermelhas!!!

Primeira Lira:
No Túmulo do Meu Amigo
JOÃO BATISTA DA SILVA JÚNIOR

EPITÁFIO

Perdão, meu Deus, se a túnica da vida.
Insano profanei-a nos amores!
Se da c'roa dos sonhos perfumados
Eu próprio desfolhei as róseas flores!

No vaso impuro corrompeu-se o néctar,
A argila da existência desbotou-me!
O sol de tua glória abriu-me as pálpebras,
Da nódoa das  paixões purificou-me!

E quantos sonhos na ilusão da vida!
Quanta esperança no futuro ainda
Tudo calou-se pela noite eterna...
E eu vago errante e só treva infinda...

Alma em fogo, sedenta de infinito,
Num mundo de visões o vôo abrindo,
Como o vento do mar no céu noturno
Entre as nuvens de Deus passei dormindo!

A vida é noite! O sol tem véu de sangue...
Tateia a sombra a geração descrida
Acorda-te, mortal! É no sepulcro
Que a larva humana se desperta à vida!
Quando as harpas do peito a morte estala,
Um treno de pavor soluça e voa:
E a nota divinal que rompe as fibras
Nas dulias angélicas ecoa!
Segunda Lira:
Minha Desgraça

Minha desgraça não é ser poeta
Nem na terra de amor não ter um eco.
E, meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco...

Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
cujo sol (quem mo dera) é o dinheiro...

Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que meu peito assim blasfema,
É ter por escrever todo um poema
E não ter um vintém para uma vela.
Terceira Lira:
Amor

Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu'alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!

Quero em teus lábios beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio morrer
No elevo do seio teu!
Quero viver d'esperança!
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!

Vem, anjo, minha donzela,
Minh'alma, meu coração!
Que noite! Que noite bela,
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!

Até a Próxima!




Falta Pouco!!


Depois do sucesso com seu primeiro livro (Realidade Alternativa), Angie Stanley iniciou sua série Teen, que compõem de três livros, o primeiro veio a ser o super elogiado e já citado Uma Segunda CHANCE, em que a personagem de mesmo nome que a autora veio a ter sua morte precoce e com a ajuda de seu anjo-diva da guarda retornou a sua adolescência pera ter uma segunda chance de acertar tudo, pois bem, esse foi um sucesso ainda maior que o primeiro e lá vem a próxima história!! O segundo livro da trilogia Teen (A Ladra de Corpos), conta outra história, de outros personagens, mas com a mesma temática adolescente e bem humorada que acabou se tornando marca de Angie Stanley e este está para ser lançado em 23 de novembro (sábado), em um super evento na Livraria Curitiba do Shopping Aricanduva, com direito a boa música, comidas típicas e muita diversão!
Não deixem de ir!!
Espalhem essa notícia!!
Nos vemos lá!!!
Eu e Angie Stanley



Então só recapitulando:
23 de Novembro
Livraria Curitiba
Shopping Aricanduva
NÃO PERCAM!!!
^_~

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Um filme brasileiro interessantemente... Grotesco!


Pense em um filme estranho, daqueles bem esquisitos, mas eu não estou falando de filme de terror, não estou falando de mascaras de fantasmas e nem de monstros nojentos, estou falando do puro psicológico, a tensão que de vez em quando invade nossas cabeças e até que ponto isso pode nos levar. Alguém já parou para pensar nisso? Uma loucura aparente, algo pelo qual ficamos obcecados. Mas não se assuste (Com o que?), esse filme não leva absolutamente nenhum desses assuntos a sério.
Lançado em 2010, dirigido por André Klotzel, Reflexões de um Liquidificador foi dado como Comédia e Fantasia, classificação de 14 anos por conter linguagem chula, morte e exposição de cadáver. 
*Primeiro Caso - Comédia: Não entendo essa classificação, não entendo mesmo! Se eu ri? Bastante, mas eu sou estranho e o que me arrancou risadas não foram nenhuma das piadas absolutamente sem graça que saíam da boca dos atores que interpretavam vidas cotidianas (piadas muito comuns em filmes brasileiros, piadas referentes a mulheres, sexo, partes do corpo e excitação e as piadas que saiam das atrizes não a valorizavam, são piadas chulas e de mal gosto), em fim: Não achei graça! O que me atraiu para continuar a assistir o filme até o fim foi o ponto sobrenatural e (fazendo jus a esse tópico) o humor negro! Sim, humor negro, as boas e velhas tiradas de morte e o deboche maravilhoso que se pode extrair dela, mas de forma respeitosa e de ótimo gosto, um humor que combina perfeitamente o cenário de classe média baixa e pobre com o sangue escorrendo e a tensão existente em cada uma das cenas, mas para resumir tudo: Esse é um filme 100% tenso! Absolutamente não é comédia, é um filme que trata sobre o grotesco, a morte e a inteligência humana. Afinal, até onde podemos chegar? O que podemos aguentar? temos estômago suficiente para cumprir com todos os nossos caprichos? Ou simplesmente vivemos como prisioneiros de nós mesmos? 
*Segundo Caso - Fantasia: Neste filme conhecemos a história de Elvira (se alguém falar "A rainha das trevas" eu dou um tiro!), uma dona de casa já na casa dos 50, que vê o casamento de extrema longa data cair no desalento quando o marido consegue um emprego de vigia noturno e após quebrar a perna, sem poder se movimentar com facilidade pela alta idade ela volta a seu antigo hobbie (este que aprendeu com seu pai quando menina): Empalhar animais mortos. E é empalhando um coelho branco, sentada no sofá que ela o ouve pela primeira vez: O liquidificador! Isso mesmo o liquidificador, um ser absurdamente emotivo, ingenuo e teimoso que diz que após ser reformado, algo lhe deu consciência. Elvira então pensa que enlouqueceu, mas não, o liquidificador estava vivo e este passou a ser seu companheiro nos momentos sozinha. Qual minha opinião sobre isso? Achei genial! É um elemento inesperado e original, as frases e comparações feitas pelo aparelho são incríveis e extremamente filosóficas (e não são poucas), é um toque sobrenatural de mestre, de forma que eu jamais tinha visto no cinema brasileiro.
*Terceiro Caso - Morte e exposição de Cadáver: E enfim chegamos na parte grotesca (e divertida) da história, desde o começo, vemos o mundo sob os pontos de vista do liquidificador, ele é nosso anfitrião e o narrador da história (se ainda espera que eu dê um exemplo de algo para rir ai está: O Liquidificador é interpretado por Selton Mello ^_~), é pelas palavras dele que conhecemos o mundo de Elvira e todos os acontecimentos que vieram a acontecer, mas sim, falando do tema desse tópico: Como tudo aconteceu? Ou melhor: O que aconteceu? Bem, ela era casada e isso eu já falei (Era!), após o marido (Onofre) conseguir o emprego de vigia noturno, ele ficou mudado e antes de Elvira descobrir que o liquidificador falava ela havia mandado que ele o vendesse, pois então, ela desistiu da venda, mas Onofre mesmo assim o leva e o aparelho vê tudo, vê toda a traição do marido com uma mulher mais jovem e isso enche Elvira de fúria, mas ela só se convence após o liquidificador a guiar até a praia onde estão e ela os vê com os próprios olhos e a partir dai temos uma tensão muito grande no ar e aquela sensação de sangue quente que nos faz estremecer dos pés a cabeça. Elvira então cria o crime perfeito: com uma estaca afiada de metal (um dos instrumentos que usava para empalhar animais) e um sapato de sola dura, ela vai até o quarto, onde Onofre dorme profundamente e posiciona a ponta da estaca no ouvido do marido e com um único golpe da sola do sapato faz a estaca penetrar-lhe a cabeça, matando-o e após isso o arrasta até a cozinha, onde o corta em pedacinhos com um cerrote e com a ajuda de seu fiel cúmplice (O Liquidificador), ela o tritura todo (até os ossos), enquanto dança e canta, comemorando sua vitória na cozinha completamente ensanguentada.

Mas o filme não para por ai, no entanto, eu vou parar por aqui porque voces precisam ver esse filme que tem tudo para virar um clássico. Confesso que me surpreendi muito com tudo e com as cenas, um filme que eu não esperava encontrar, uma obra de arte com algumas gotas de sangue, uma tensão sobrenatural e uma loucura absurda. Adorei!! Mas vou dar logo minhas rosas:

ROSAS PARA REFLEXÕES DE UM LIQUIDIFICADOR: 8 rosas vermelhas!!
Até a Próxima!
P.S.: E para aqueles que quiserem assistir ao filme agora, deixo-lhe completo abaixo, não precisam agradecer ^_~.
Bom filme, beijos a todos!

sábado, 14 de setembro de 2013

Uma história original de fantasia e inocência.

"Uma fábula que nos lembra como nossa vida é ditada pelas experiencias da infância. O que ganhamos com elas e o preço que pagamos".
- Kirkus Reviews.
Um dos melhores livro que já li atualmente! Saiba disso desde já, pois assim pode ter uma previsão do que vou falar mais a frente. A capa me chamou muito a atenção quando a vi pela primeira vez na Livraria Saraiva do Shopping Metrô Tatuapé, estava lá sem dinheiro, esperando dar o tempo do início da sessão de cinema para o filme "Os Instrumentos Mortais - A Cidade dos Ossos", com minha adorada Gabrielle e meu amigo Caio, mas enfim, eu sabia que o livro era bom no momento em que vi o nome do autor (Neil Gaiman), e eu nunca havia lido nada dele além de seu mais famoso: Coraline, o qual li com apenas oito anos, então não me lembrava como era o estilo literário dele, mas sabia que era bom, pois todos os que leem Neil Gaiman se encantam, pelo menos todos os que eu conheço. 
Neil Gaiman (Novembro de 2004)
Mas eu não havia pesquisado sobre essa nova obra ainda, no dia de lançamento, minha amiga Aline havia me falado sobre ele, estava ela animada, pois após o final da aula iria correndo comprá-lo e no instante senti vontade de comprá-lo também, mas o dinheiro não me acompanhava naquela semana. Pois assim o tempo passou até que eu a vi com outro livro do Gaiman em sua mesa, este de nome "Ood e os Gigantes de Gelo", um dos muitos livros infantis de sua autoria e não sei bem o que me aconteceu, sabe quando voce se sente ligado a algo que nem conhece? pois bem, foi o que aconteceu, eu era fã sem saber de nada e aquilo ficou na minha cabeça até que na ultima quarta (12/09/2013), andando pelo centro de São Paulo, perto do ilustre, gótico e majestoso Teatro Municipal entramos em uma Saraiva, escondida dentre outras lojas e eu o vi! Belo e azul, novinho em folha e me chamou, me chamou! Pode parecer bobagem, mas se ler esse livro vai entender, ele falou comigo: "Igor, me compra logo!!!" bem assim e o preço tão baixo que não pude resistir, aquela promoção foi feita especialmente para mim, para que eu pudesse comprá-lo ali, naquele momento. Na viagem de volta dormi de cansaço, com a Gabrielle também dormindo em meu peito, então não o li, mas não o leria ali, não gosto de começar uma leitura em um ônibus, trem ou em qualquer lugar movimentado, onde sou fortemente tendente a distrações constantes, o início de uma história é o mais importante, é quando voce é apresentado aos personagens que estarão com voce até o fim e ler isso sem atenção pode ser uma catástrofe maior que um Tsunami, então esperei até o dia seguinte para iniciá-lo.
Comecei a ler O Oceano no fim do Caminho em minha faculdade, eu sai de casa cedo de propósito, as vezes faço isso, se chego cedo, sou o primeiro a chegar na sala de aula e com a sala vazia tenho um local silencioso, bem iluminado e muito bom para uma leitura solitária, não pude imaginar local mais perfeito para se iniciar uma leitura assim e desde o início sua narrativa me prendeu as páginas. Mas assim como em quase todos os livros, fiz suspense a mim mesmo, lendo primeiro sobre o autor, o resumos nos marcadores e refletindo um pouco sobre o que encontraria ali, sei lá, isso aumenta a tensão e a curiosidade e é mais divertido. Sobre Gaiman está escrito: "Nasceu em Hampshire, Ingleterra, e hoje vive nos Estados Unidos da América, perto de Minneapolis. Começou a carreira como jornalista, mas logo o talento para construir tramas e universos únicos foi levado para o mundo dos quadrinhos, com a aclamada série Sandman, e depois para a ficção adulta e infanto-juvenil. Suas obras receberam inúmeros prêmios e foram adaptadas em bem-sucedidas versões para cinema, TV e até óperas. O Oceano no Fim do Caminho é seu primeiro romance adulto desde 2005" (quando escreveu "Os Filhos de Anasi", seu primeiro romance adulto). Mas chega de enrolar né? Vamos logo falar da história:
O Oceano No Fim do Caminho conta a história de um homem, um simples homem de meia-idade, já foi casado, mas agora é divorciado, tem dois filhos, seu nome é oculto mas isso não tem a menor importância quando é tudo narrado por ele. Dirigindo até a fazenda em que passou a infância, ele tem na cabeça que está indo para um funeral, mas ao chegar em sua antiga moradia não encontra o que procura, então vai até onde ninguém vai, segue até o fim da estrada, até a antiga casa de tijolos vermelhos onde morava sua amiga Lettie e lá encontra a avó desta que lhe permite visitar o antigo lago em que brincavam na infância e seguindo até o fim caminho atrás da casa ele reencontra o lago que ela chamava de oceano (o oceano no fim do caminho) e sentado ao banco verde de ferro e madeira envelhecida, todas as lembranças de infância um dia esquecidas retornam todas de uma vez e assim começa a história. 
Narrando como o carro do pai foi roubado certa vez pelo inquilino da casa e encontrado onde ninguém vai, no fim da estrada, com o inquilino morto no banco de trás, ele havia cometido suicídio, mas para uma criança de sete anos aquilo não teve importância, o importante foi que enquanto o pai resolvia as coisas ele foi parar na casa de tijolos vermelhos, onde conheceu Lettie, uma garota mais velha, com onze anos, que lhe deu café da manhã e o levou através de um portal para um mundo paralelo onde o céu é laranja forte e onde encontraram uma entidade na forma de trapos de tecido flutuantes, que tentou feri-los, mas eles voltaram sem danos, no entanto, a entidade acabou encontrando um jeito estranho (e nojento) de fugir junto deles para além do portal e apareceu para ele como uma babá, que seduziu seu pai e o forçava a fazer coisas terríveis, como quase afogar o próprio filho em uma banheira, ela lia sua mente, podia voar, aparecer em qualquer canto a qualquer hora e poderia mandar o pai matá-lo de vez se quisesse. E isso atormentava o pobre menino que fugiu, depois de muita dificuldade até junto de sua amiga e juntos tramaram o gram-finale para aquela odisséia e depois de tudo, um final extremamente triste me esperava, com segredos revelados e sacrifícios feitos, muitos sustos e dramas pessoais. O Oceano no Fim do Caminho, é um trabalho revolucionário de um mestre fantástico, um dos melhores que já li, demonstra um rarissímo entendimento sobre o que nós somos e o que nos torna inteiramente humanos, o poder que as histórias tem de revelar e de nos proteger dos perigos dentro e fora de nós. Uma história que permanecerá sempre comigo, sendo uma história assustadora, melancólica ou divertida. Como diz o próprio livro: "Um convite a repensar a escuridão que espreita as memórias de nossa infância".
Mas agora só falta minhas rosas (da pra ser mais óbvio depois de tudo o que eu disse aqui?):

ROSAS PARA O OCEANO NO FIM DO CAMINHO: 10 rosas vermelhas por não poder dar mais, pois merece muito, muito mais!!!

Até a Próxima!
Moe e Gaiman em Os Simpsons (23° temporada, ep. 6)

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Seminário: Educação, arte e cidadania

Como estão meus morceguinhos amantes das rosas? Eu vou bem, bem, mais ou menos, acredito ter pegado a gripe que assolou minha amiga Andrea esses dias e como ela senta todos os dias ao meu lado na aula... Mas tudo bem, não é vento, chuva e nem uma pneumonia que vai me impedir de escrever aqui e quando algo de interessante acontece voces sabem que eu escrevo mesmo né? (KKK) Pois bem, tenho lido muito, muito mesmo, inclusive um livro me chamou muito a atenção essas ultimas semanas que este se chama: Apocalipse Zumbi - Os Primeiros Anos, do jovem escritor brasileiro Alexandre Callari e me surpreendi com a história, mas deste falarei mais tarde, em um post especial que dedicarei todo a sua resenha, mas agora queria falar de um evento que ocorreu em minha faculdade e que eu gostei muito, pois chamou não só a minha atenção, mas acredito que a atenção de todos os que estavam presentes. Este era o Seminário: Educação, arte e cidadania.
Posso confessar uma coisa? Não interessa o que voce respondeu ai na sua cabeça, vou falar de qualquer jeito mesmo: Eu ODEIO, com todas as letras maiúsculas e tracinhos imaginários entre elas, minha professora de Filosofia da Educação, confesso que até terça passada havia me arrependido com todas as minhas forças de ter escolhido essa aula optativa, sério! As aulas dela são muito cansativas, com dinâmicas sem nexo e algumas tiradas são extremamente desnecessárias, mas desnecessário citar nomes aqui certo? Pelo menos desta vez. Mas vamos ao que interessa, nesta ultima quarta feira (11/09/2013), cheguei na sala cedo, como sempre, e mais uma vez a professora já estava discutindo sobre assuntos que fogem totalmente do assunto da aula com algumas alunas (Detalhe: nessa aula tem no máximo 8 homens e mais de 87 mulheres), pois bem, cumprimentei-a e sentei-me no meu canto e abri o livro Apocalipse Zumbi, o qual estava no último capítulo, tentava ignorar o falatório alheio enquanto não começava a aula, foi então que notei que ela já tinha escrito algo na lousa e citava o seminário de pedagogia que os alunos daquele curso eram obrigados a participar e os alheios (como eu, minha amiga Andrea e outros) para participar precisávamos ter feito uma inscrição e pagado R$10,00 antecipadamente.
"O seminário é hoje!" pensei comigo, havia me esquecido completamente, eu não estava interessado e não havia feito a inscrição, tão pouco pagado o absurdo, mas não fui embora de imediato, fiquei ali, lendo enquanto outros alunos chegavam, inclusive alunos no meu curso de Letras, até que a sala superlotou (o que não é surpresa nenhuma, mais de 90 alunos), até que ela começou a aula logo, pois o seminário iria ter início 9,00h e explicando explicando eu comecei a me interessar por aquilo e eu e outros alunos conseguimos entrar, de cabeça erguida (eramos estudantes daquele curso, não precisávamos pagar! ha-ha-ha).
Primeira fileira, esquerda para a direita: Kátia, Jucelei e Sandra;
Segunda fileira, esquerda para a direita: Andrea (Andreazila kk)
Fernando, Patrícia, Augusto, EU (Igor Maion) e Letícia.
Acho que falo por todos os que estiveram presentes quando digo que esse seminário abriu nossas mentes para não só uma questão, mais várias, questões muito importantes para nossa sociedade pré-conceituosa. O tema do dia era a inclusão (palavra que hoje em dia está na moda, mas que ninguém respeita) das pessoas cegas no meio artístico, pois durantes milênios a arte foi para os videntes (sentido daqueles que vêem em geral, não dos que vêem o futuro), a educação artística somente era possível ser apreciada pelos que podiam ver as obras e agora, essa iniciativa está trazendo novas visões para as pessoas que não podem ver, para que vejam com seu próprio modo, vejam com o toque e um professor, que na minha opinião é um excelente educador nos explicou inúmeras formas de como trouxe a alma da arte para seus alunos não-videntes e pessoalmente me comovi quando ele disse que uma vez uma aluna queria fazer um pássaro em sua escultura, mas como? ela nunca havia visto um pássaro na vida, nunca havia tocado em um... foi só ai que me dei conta de como as pessoas cegas tem dificuldade, quantas coisas não vêem, quantas coisas não tocam, eles sabem que aquilo existe, mas não tem uma base para imaginar, ver em suas mentes, não sabem como é as cores, o rosto, ou até mesmo como se dá a visão de um andar e isso tudo foi explicado por uma professora mestra cega que também compunha a mesa junto com esse professor que citei anteriormente...
Eu particularmente não me arrependo mais de ter escolhido essa optativa, pelo menos todo o tédio compensou agora e como dizia Einstein: "A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará a seu tamanho original". Agradeço a todos os organizadores desse seminário por tanta informação e luz a meu mundo de trevas. 10 rosas vermelhas para voces!!
Até a próxima!









terça-feira, 10 de setembro de 2013

Doce crueldade...

"Como ator e comediante, o Jô é um grande fazedor de tipos. Sabe como poucos construir um personagem, defini-lo com um detalhe e dar-lhe vida com graça e inteligencia. Como autor, essa sua maestria se expande: os tipos são postos no mundo e, mais do que no mundo, numa trama - e o seu criador se solta. Toda a ficção do Jô é feita de grandes personagens envolvidos em grandes tramas".
- Luis Fernando Verissimo.
As Esganadas
Jô Soares

Não há muito o que falar sobre o Livro de Jô Soares, também porque não seria eu o maestro digno de compor tal crítica sobre algo tão majestoso. Pode confiar em mim, assim como sempre confiou quando digo se um livro é bom ou ruim, pois simplesmente posso dizer assim: Leiam AS ESGANADAS! Leiam e se encantem, um livro de mistério tão incrível quanto as narrativas de Sir Arthur Conan Doyle e Agatha Cristie. 
Mas enfim, deixem-me explicar um pouco mais sobre o universo de As Esganadas, para que entendam melhor, ou relembrem, se caso já tenha lido, pois o livro explodiu em vendas, tornando-o um verdadeiro e bem sucedido Best-Seller:
As Esganadas conta a história de Caronte, um homem que sonhava ser músico, mas pela pressão dos pais se tornou o herdeiro da agência funerária da família. Mas não se engane, Caronte não é o mocinho dessa trama, pois assim como Alfred Hitchcock, Jô despreza os romances policiais cujo objetivo se resume a decifrar quem é o criminoso (o famoso "Whodonit"), sendo assim, Caronte é revelado logo de início como aquele que nos causará problemas no decorrer da história, o desalmado, a deliciosa ponta de sombra no canto dos olhos dos protagonistas mas também lhe é revelado sua motivação, um causo com sua mãe, sua primeira vítima, uma bela mulher gorda, e a partir de então isso se torna sua obsessão, a cada gorda ele via o rosto de sua mãe, lembrava de como ela lhe foi cruel, mas também lembrava de como fazia doces portugueses maravilhosos e é então que a história começa, gorda após gorda ele vai matando, entupindo-as cada uma com uma receita diferente até desfalecerem esganadas pela coisa que mais amavam (comida!) e enfurecendo a policia de 1938, que não podia usar de novos métodos científicos pois Caronte não possui digitais nos dedos e a guerra se inicia a partir dai, em uma deliciosa narrativa, com muito humor, suspense e fetiches de crueldade que só mesmo um gênio como Jô poderia criar com tanta destreza. Recomendo a leitura, vale muito a pena. Mas só ta faltando as rosas não é? (olha só, até que se tornou uma resenha pequena!!):

ROSAS PARA AS ESGANADAS: 10 rosas vermelhas!!
Até a Próxima!
P.S.: Veja o vídeo em que o próprio Jô lê o início do primeiro capítulo para vocês, é muito bom.