sábado, 14 de setembro de 2013

Uma história original de fantasia e inocência.

"Uma fábula que nos lembra como nossa vida é ditada pelas experiencias da infância. O que ganhamos com elas e o preço que pagamos".
- Kirkus Reviews.
Um dos melhores livro que já li atualmente! Saiba disso desde já, pois assim pode ter uma previsão do que vou falar mais a frente. A capa me chamou muito a atenção quando a vi pela primeira vez na Livraria Saraiva do Shopping Metrô Tatuapé, estava lá sem dinheiro, esperando dar o tempo do início da sessão de cinema para o filme "Os Instrumentos Mortais - A Cidade dos Ossos", com minha adorada Gabrielle e meu amigo Caio, mas enfim, eu sabia que o livro era bom no momento em que vi o nome do autor (Neil Gaiman), e eu nunca havia lido nada dele além de seu mais famoso: Coraline, o qual li com apenas oito anos, então não me lembrava como era o estilo literário dele, mas sabia que era bom, pois todos os que leem Neil Gaiman se encantam, pelo menos todos os que eu conheço. 
Neil Gaiman (Novembro de 2004)
Mas eu não havia pesquisado sobre essa nova obra ainda, no dia de lançamento, minha amiga Aline havia me falado sobre ele, estava ela animada, pois após o final da aula iria correndo comprá-lo e no instante senti vontade de comprá-lo também, mas o dinheiro não me acompanhava naquela semana. Pois assim o tempo passou até que eu a vi com outro livro do Gaiman em sua mesa, este de nome "Ood e os Gigantes de Gelo", um dos muitos livros infantis de sua autoria e não sei bem o que me aconteceu, sabe quando voce se sente ligado a algo que nem conhece? pois bem, foi o que aconteceu, eu era fã sem saber de nada e aquilo ficou na minha cabeça até que na ultima quarta (12/09/2013), andando pelo centro de São Paulo, perto do ilustre, gótico e majestoso Teatro Municipal entramos em uma Saraiva, escondida dentre outras lojas e eu o vi! Belo e azul, novinho em folha e me chamou, me chamou! Pode parecer bobagem, mas se ler esse livro vai entender, ele falou comigo: "Igor, me compra logo!!!" bem assim e o preço tão baixo que não pude resistir, aquela promoção foi feita especialmente para mim, para que eu pudesse comprá-lo ali, naquele momento. Na viagem de volta dormi de cansaço, com a Gabrielle também dormindo em meu peito, então não o li, mas não o leria ali, não gosto de começar uma leitura em um ônibus, trem ou em qualquer lugar movimentado, onde sou fortemente tendente a distrações constantes, o início de uma história é o mais importante, é quando voce é apresentado aos personagens que estarão com voce até o fim e ler isso sem atenção pode ser uma catástrofe maior que um Tsunami, então esperei até o dia seguinte para iniciá-lo.
Comecei a ler O Oceano no fim do Caminho em minha faculdade, eu sai de casa cedo de propósito, as vezes faço isso, se chego cedo, sou o primeiro a chegar na sala de aula e com a sala vazia tenho um local silencioso, bem iluminado e muito bom para uma leitura solitária, não pude imaginar local mais perfeito para se iniciar uma leitura assim e desde o início sua narrativa me prendeu as páginas. Mas assim como em quase todos os livros, fiz suspense a mim mesmo, lendo primeiro sobre o autor, o resumos nos marcadores e refletindo um pouco sobre o que encontraria ali, sei lá, isso aumenta a tensão e a curiosidade e é mais divertido. Sobre Gaiman está escrito: "Nasceu em Hampshire, Ingleterra, e hoje vive nos Estados Unidos da América, perto de Minneapolis. Começou a carreira como jornalista, mas logo o talento para construir tramas e universos únicos foi levado para o mundo dos quadrinhos, com a aclamada série Sandman, e depois para a ficção adulta e infanto-juvenil. Suas obras receberam inúmeros prêmios e foram adaptadas em bem-sucedidas versões para cinema, TV e até óperas. O Oceano no Fim do Caminho é seu primeiro romance adulto desde 2005" (quando escreveu "Os Filhos de Anasi", seu primeiro romance adulto). Mas chega de enrolar né? Vamos logo falar da história:
O Oceano No Fim do Caminho conta a história de um homem, um simples homem de meia-idade, já foi casado, mas agora é divorciado, tem dois filhos, seu nome é oculto mas isso não tem a menor importância quando é tudo narrado por ele. Dirigindo até a fazenda em que passou a infância, ele tem na cabeça que está indo para um funeral, mas ao chegar em sua antiga moradia não encontra o que procura, então vai até onde ninguém vai, segue até o fim da estrada, até a antiga casa de tijolos vermelhos onde morava sua amiga Lettie e lá encontra a avó desta que lhe permite visitar o antigo lago em que brincavam na infância e seguindo até o fim caminho atrás da casa ele reencontra o lago que ela chamava de oceano (o oceano no fim do caminho) e sentado ao banco verde de ferro e madeira envelhecida, todas as lembranças de infância um dia esquecidas retornam todas de uma vez e assim começa a história. 
Narrando como o carro do pai foi roubado certa vez pelo inquilino da casa e encontrado onde ninguém vai, no fim da estrada, com o inquilino morto no banco de trás, ele havia cometido suicídio, mas para uma criança de sete anos aquilo não teve importância, o importante foi que enquanto o pai resolvia as coisas ele foi parar na casa de tijolos vermelhos, onde conheceu Lettie, uma garota mais velha, com onze anos, que lhe deu café da manhã e o levou através de um portal para um mundo paralelo onde o céu é laranja forte e onde encontraram uma entidade na forma de trapos de tecido flutuantes, que tentou feri-los, mas eles voltaram sem danos, no entanto, a entidade acabou encontrando um jeito estranho (e nojento) de fugir junto deles para além do portal e apareceu para ele como uma babá, que seduziu seu pai e o forçava a fazer coisas terríveis, como quase afogar o próprio filho em uma banheira, ela lia sua mente, podia voar, aparecer em qualquer canto a qualquer hora e poderia mandar o pai matá-lo de vez se quisesse. E isso atormentava o pobre menino que fugiu, depois de muita dificuldade até junto de sua amiga e juntos tramaram o gram-finale para aquela odisséia e depois de tudo, um final extremamente triste me esperava, com segredos revelados e sacrifícios feitos, muitos sustos e dramas pessoais. O Oceano no Fim do Caminho, é um trabalho revolucionário de um mestre fantástico, um dos melhores que já li, demonstra um rarissímo entendimento sobre o que nós somos e o que nos torna inteiramente humanos, o poder que as histórias tem de revelar e de nos proteger dos perigos dentro e fora de nós. Uma história que permanecerá sempre comigo, sendo uma história assustadora, melancólica ou divertida. Como diz o próprio livro: "Um convite a repensar a escuridão que espreita as memórias de nossa infância".
Mas agora só falta minhas rosas (da pra ser mais óbvio depois de tudo o que eu disse aqui?):

ROSAS PARA O OCEANO NO FIM DO CAMINHO: 10 rosas vermelhas por não poder dar mais, pois merece muito, muito mais!!!

Até a Próxima!
Moe e Gaiman em Os Simpsons (23° temporada, ep. 6)

2 comentários:

  1. Simplesmente adoro esse livro, o espírito da Lettie no lago, chamando ele de geração em geração para ver o amigo me deixou chorando por dias. Esse final é muito triste.
    Ana

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  2. Concordo Ana, é muito triste, muito mesmo! Gaiman é incrível!!!

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