- Kirkus Reviews.
Um dos melhores livro que já li atualmente! Saiba disso desde já, pois assim pode ter uma previsão do que vou falar mais a frente. A capa me chamou muito a atenção quando a vi pela primeira vez na Livraria Saraiva do Shopping Metrô Tatuapé, estava lá sem dinheiro, esperando dar o tempo do início da sessão de cinema para o filme "Os Instrumentos Mortais - A Cidade dos Ossos", com minha adorada Gabrielle e meu amigo Caio, mas enfim, eu sabia que o livro era bom no momento em que vi o nome do autor (Neil Gaiman), e eu nunca havia lido nada dele além de seu mais famoso: Coraline, o qual li com apenas oito anos, então não me lembrava como era o estilo literário dele, mas sabia que era bom, pois todos os que leem Neil Gaiman se encantam, pelo menos todos os que eu conheço.
Neil Gaiman (Novembro de 2004) |
Mas eu não havia pesquisado sobre essa nova obra ainda, no dia de lançamento, minha amiga Aline havia me falado sobre ele, estava ela animada, pois após o final da aula iria correndo comprá-lo e no instante senti vontade de comprá-lo também, mas o dinheiro não me acompanhava naquela semana. Pois assim o tempo passou até que eu a vi com outro livro do Gaiman em sua mesa, este de nome "Ood e os Gigantes de Gelo", um dos muitos livros infantis de sua autoria e não sei bem o que me aconteceu, sabe quando voce se sente ligado a algo que nem conhece? pois bem, foi o que aconteceu, eu era fã sem saber de nada e aquilo ficou na minha cabeça até que na ultima quarta (12/09/2013), andando pelo centro de São Paulo, perto do ilustre, gótico e majestoso Teatro Municipal entramos em uma Saraiva, escondida dentre outras lojas e eu o vi! Belo e azul, novinho em folha e me chamou, me chamou! Pode parecer bobagem, mas se ler esse livro vai entender, ele falou comigo: "Igor, me compra logo!!!" bem assim e o preço tão baixo que não pude resistir, aquela promoção foi feita especialmente para mim, para que eu pudesse comprá-lo ali, naquele momento. Na viagem de volta dormi de cansaço, com a Gabrielle também dormindo em meu peito, então não o li, mas não o leria ali, não gosto de começar uma leitura em um ônibus, trem ou em qualquer lugar movimentado, onde sou fortemente tendente a distrações constantes, o início de uma história é o mais importante, é quando voce é apresentado aos personagens que estarão com voce até o fim e ler isso sem atenção pode ser uma catástrofe maior que um Tsunami, então esperei até o dia seguinte para iniciá-lo.
Comecei a ler O Oceano no fim do Caminho em minha faculdade, eu sai de casa cedo de propósito, as vezes faço isso, se chego cedo, sou o primeiro a chegar na sala de aula e com a sala vazia tenho um local silencioso, bem iluminado e muito bom para uma leitura solitária, não pude imaginar local mais perfeito para se iniciar uma leitura assim e desde o início sua narrativa me prendeu as páginas. Mas assim como em quase todos os livros, fiz suspense a mim mesmo, lendo primeiro sobre o autor, o resumos nos marcadores e refletindo um pouco sobre o que encontraria ali, sei lá, isso aumenta a tensão e a curiosidade e é mais divertido. Sobre Gaiman está escrito: "Nasceu em Hampshire, Ingleterra, e hoje vive nos Estados Unidos da América, perto de Minneapolis. Começou a carreira como jornalista, mas logo o talento para construir tramas e universos únicos foi levado para o mundo dos quadrinhos, com a aclamada série Sandman, e depois para a ficção adulta e infanto-juvenil. Suas obras receberam inúmeros prêmios e foram adaptadas em bem-sucedidas versões para cinema, TV e até óperas. O Oceano no Fim do Caminho é seu primeiro romance adulto desde 2005" (quando escreveu "Os Filhos de Anasi", seu primeiro romance adulto). Mas chega de enrolar né? Vamos logo falar da história:
O Oceano No Fim do Caminho conta a história de um homem, um simples homem de meia-idade, já foi casado, mas agora é divorciado, tem dois filhos, seu nome é oculto mas isso não tem a menor importância quando é tudo narrado por ele. Dirigindo até a fazenda em que passou a infância, ele tem na cabeça que está indo para um funeral, mas ao chegar em sua antiga moradia não encontra o que procura, então vai até onde ninguém vai, segue até o fim da estrada, até a antiga casa de tijolos vermelhos onde morava sua amiga Lettie e lá encontra a avó desta que lhe permite visitar o antigo lago em que brincavam na infância e seguindo até o fim caminho atrás da casa ele reencontra o lago que ela chamava de oceano (o oceano no fim do caminho) e sentado ao banco verde de ferro e madeira envelhecida, todas as lembranças de infância um dia esquecidas retornam todas de uma vez e assim começa a história.
Narrando como o carro do pai foi roubado certa vez pelo inquilino da casa e encontrado onde ninguém vai, no fim da estrada, com o inquilino morto no banco de trás, ele havia cometido suicídio, mas para uma criança de sete anos aquilo não teve importância, o importante foi que enquanto o pai resolvia as coisas ele foi parar na casa de tijolos vermelhos, onde conheceu Lettie, uma garota mais velha, com onze anos, que lhe deu café da manhã e o levou através de um portal para um mundo paralelo onde o céu é laranja forte e onde encontraram uma entidade na forma de trapos de tecido flutuantes, que tentou feri-los, mas eles voltaram sem danos, no entanto, a entidade acabou encontrando um jeito estranho (e nojento) de fugir junto deles para além do portal e apareceu para ele como uma babá, que seduziu seu pai e o forçava a fazer coisas terríveis, como quase afogar o próprio filho em uma banheira, ela lia sua mente, podia voar, aparecer em qualquer canto a qualquer hora e poderia mandar o pai matá-lo de vez se quisesse. E isso atormentava o pobre menino que fugiu, depois de muita dificuldade até junto de sua amiga e juntos tramaram o gram-finale para aquela odisséia e depois de tudo, um final extremamente triste me esperava, com segredos revelados e sacrifícios feitos, muitos sustos e dramas pessoais. O Oceano no Fim do Caminho, é um trabalho revolucionário de um mestre fantástico, um dos melhores que já li, demonstra um rarissímo entendimento sobre o que nós somos e o que nos torna inteiramente humanos, o poder que as histórias tem de revelar e de nos proteger dos perigos dentro e fora de nós. Uma história que permanecerá sempre comigo, sendo uma história assustadora, melancólica ou divertida. Como diz o próprio livro: "Um convite a repensar a escuridão que espreita as memórias de nossa infância".
Mas agora só falta minhas rosas (da pra ser mais óbvio depois de tudo o que eu disse aqui?):
Mas agora só falta minhas rosas (da pra ser mais óbvio depois de tudo o que eu disse aqui?):
ROSAS PARA O OCEANO NO FIM DO CAMINHO: 10 rosas vermelhas por não poder dar mais, pois merece muito, muito mais!!!
Até a Próxima!
Moe e Gaiman em Os Simpsons (23° temporada, ep. 6) |
Simplesmente adoro esse livro, o espírito da Lettie no lago, chamando ele de geração em geração para ver o amigo me deixou chorando por dias. Esse final é muito triste.
ResponderExcluirAna
Concordo Ana, é muito triste, muito mesmo! Gaiman é incrível!!!
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