terça-feira, 17 de setembro de 2013

Um filme brasileiro interessantemente... Grotesco!


Pense em um filme estranho, daqueles bem esquisitos, mas eu não estou falando de filme de terror, não estou falando de mascaras de fantasmas e nem de monstros nojentos, estou falando do puro psicológico, a tensão que de vez em quando invade nossas cabeças e até que ponto isso pode nos levar. Alguém já parou para pensar nisso? Uma loucura aparente, algo pelo qual ficamos obcecados. Mas não se assuste (Com o que?), esse filme não leva absolutamente nenhum desses assuntos a sério.
Lançado em 2010, dirigido por André Klotzel, Reflexões de um Liquidificador foi dado como Comédia e Fantasia, classificação de 14 anos por conter linguagem chula, morte e exposição de cadáver. 
*Primeiro Caso - Comédia: Não entendo essa classificação, não entendo mesmo! Se eu ri? Bastante, mas eu sou estranho e o que me arrancou risadas não foram nenhuma das piadas absolutamente sem graça que saíam da boca dos atores que interpretavam vidas cotidianas (piadas muito comuns em filmes brasileiros, piadas referentes a mulheres, sexo, partes do corpo e excitação e as piadas que saiam das atrizes não a valorizavam, são piadas chulas e de mal gosto), em fim: Não achei graça! O que me atraiu para continuar a assistir o filme até o fim foi o ponto sobrenatural e (fazendo jus a esse tópico) o humor negro! Sim, humor negro, as boas e velhas tiradas de morte e o deboche maravilhoso que se pode extrair dela, mas de forma respeitosa e de ótimo gosto, um humor que combina perfeitamente o cenário de classe média baixa e pobre com o sangue escorrendo e a tensão existente em cada uma das cenas, mas para resumir tudo: Esse é um filme 100% tenso! Absolutamente não é comédia, é um filme que trata sobre o grotesco, a morte e a inteligência humana. Afinal, até onde podemos chegar? O que podemos aguentar? temos estômago suficiente para cumprir com todos os nossos caprichos? Ou simplesmente vivemos como prisioneiros de nós mesmos? 
*Segundo Caso - Fantasia: Neste filme conhecemos a história de Elvira (se alguém falar "A rainha das trevas" eu dou um tiro!), uma dona de casa já na casa dos 50, que vê o casamento de extrema longa data cair no desalento quando o marido consegue um emprego de vigia noturno e após quebrar a perna, sem poder se movimentar com facilidade pela alta idade ela volta a seu antigo hobbie (este que aprendeu com seu pai quando menina): Empalhar animais mortos. E é empalhando um coelho branco, sentada no sofá que ela o ouve pela primeira vez: O liquidificador! Isso mesmo o liquidificador, um ser absurdamente emotivo, ingenuo e teimoso que diz que após ser reformado, algo lhe deu consciência. Elvira então pensa que enlouqueceu, mas não, o liquidificador estava vivo e este passou a ser seu companheiro nos momentos sozinha. Qual minha opinião sobre isso? Achei genial! É um elemento inesperado e original, as frases e comparações feitas pelo aparelho são incríveis e extremamente filosóficas (e não são poucas), é um toque sobrenatural de mestre, de forma que eu jamais tinha visto no cinema brasileiro.
*Terceiro Caso - Morte e exposição de Cadáver: E enfim chegamos na parte grotesca (e divertida) da história, desde o começo, vemos o mundo sob os pontos de vista do liquidificador, ele é nosso anfitrião e o narrador da história (se ainda espera que eu dê um exemplo de algo para rir ai está: O Liquidificador é interpretado por Selton Mello ^_~), é pelas palavras dele que conhecemos o mundo de Elvira e todos os acontecimentos que vieram a acontecer, mas sim, falando do tema desse tópico: Como tudo aconteceu? Ou melhor: O que aconteceu? Bem, ela era casada e isso eu já falei (Era!), após o marido (Onofre) conseguir o emprego de vigia noturno, ele ficou mudado e antes de Elvira descobrir que o liquidificador falava ela havia mandado que ele o vendesse, pois então, ela desistiu da venda, mas Onofre mesmo assim o leva e o aparelho vê tudo, vê toda a traição do marido com uma mulher mais jovem e isso enche Elvira de fúria, mas ela só se convence após o liquidificador a guiar até a praia onde estão e ela os vê com os próprios olhos e a partir dai temos uma tensão muito grande no ar e aquela sensação de sangue quente que nos faz estremecer dos pés a cabeça. Elvira então cria o crime perfeito: com uma estaca afiada de metal (um dos instrumentos que usava para empalhar animais) e um sapato de sola dura, ela vai até o quarto, onde Onofre dorme profundamente e posiciona a ponta da estaca no ouvido do marido e com um único golpe da sola do sapato faz a estaca penetrar-lhe a cabeça, matando-o e após isso o arrasta até a cozinha, onde o corta em pedacinhos com um cerrote e com a ajuda de seu fiel cúmplice (O Liquidificador), ela o tritura todo (até os ossos), enquanto dança e canta, comemorando sua vitória na cozinha completamente ensanguentada.

Mas o filme não para por ai, no entanto, eu vou parar por aqui porque voces precisam ver esse filme que tem tudo para virar um clássico. Confesso que me surpreendi muito com tudo e com as cenas, um filme que eu não esperava encontrar, uma obra de arte com algumas gotas de sangue, uma tensão sobrenatural e uma loucura absurda. Adorei!! Mas vou dar logo minhas rosas:

ROSAS PARA REFLEXÕES DE UM LIQUIDIFICADOR: 8 rosas vermelhas!!
Até a Próxima!
P.S.: E para aqueles que quiserem assistir ao filme agora, deixo-lhe completo abaixo, não precisam agradecer ^_~.
Bom filme, beijos a todos!

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