terça-feira, 10 de setembro de 2013

Doce crueldade...

"Como ator e comediante, o Jô é um grande fazedor de tipos. Sabe como poucos construir um personagem, defini-lo com um detalhe e dar-lhe vida com graça e inteligencia. Como autor, essa sua maestria se expande: os tipos são postos no mundo e, mais do que no mundo, numa trama - e o seu criador se solta. Toda a ficção do Jô é feita de grandes personagens envolvidos em grandes tramas".
- Luis Fernando Verissimo.
As Esganadas
Jô Soares

Não há muito o que falar sobre o Livro de Jô Soares, também porque não seria eu o maestro digno de compor tal crítica sobre algo tão majestoso. Pode confiar em mim, assim como sempre confiou quando digo se um livro é bom ou ruim, pois simplesmente posso dizer assim: Leiam AS ESGANADAS! Leiam e se encantem, um livro de mistério tão incrível quanto as narrativas de Sir Arthur Conan Doyle e Agatha Cristie. 
Mas enfim, deixem-me explicar um pouco mais sobre o universo de As Esganadas, para que entendam melhor, ou relembrem, se caso já tenha lido, pois o livro explodiu em vendas, tornando-o um verdadeiro e bem sucedido Best-Seller:
As Esganadas conta a história de Caronte, um homem que sonhava ser músico, mas pela pressão dos pais se tornou o herdeiro da agência funerária da família. Mas não se engane, Caronte não é o mocinho dessa trama, pois assim como Alfred Hitchcock, Jô despreza os romances policiais cujo objetivo se resume a decifrar quem é o criminoso (o famoso "Whodonit"), sendo assim, Caronte é revelado logo de início como aquele que nos causará problemas no decorrer da história, o desalmado, a deliciosa ponta de sombra no canto dos olhos dos protagonistas mas também lhe é revelado sua motivação, um causo com sua mãe, sua primeira vítima, uma bela mulher gorda, e a partir de então isso se torna sua obsessão, a cada gorda ele via o rosto de sua mãe, lembrava de como ela lhe foi cruel, mas também lembrava de como fazia doces portugueses maravilhosos e é então que a história começa, gorda após gorda ele vai matando, entupindo-as cada uma com uma receita diferente até desfalecerem esganadas pela coisa que mais amavam (comida!) e enfurecendo a policia de 1938, que não podia usar de novos métodos científicos pois Caronte não possui digitais nos dedos e a guerra se inicia a partir dai, em uma deliciosa narrativa, com muito humor, suspense e fetiches de crueldade que só mesmo um gênio como Jô poderia criar com tanta destreza. Recomendo a leitura, vale muito a pena. Mas só ta faltando as rosas não é? (olha só, até que se tornou uma resenha pequena!!):

ROSAS PARA AS ESGANADAS: 10 rosas vermelhas!!
Até a Próxima!
P.S.: Veja o vídeo em que o próprio Jô lê o início do primeiro capítulo para vocês, é muito bom.

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