sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Crucifixo ensanguentado

Um doce suspiro de morte - Poema já antigo (nunca publicado) de Igor Maion

Aqui estamos nós,
em um mundo de perdição.
Pai contra filho,
Filho contra mãe.
nossa revolta prevalece ao fogo
que arde em nossos corações.

Nossa dor se resume
ao sofrimento,
cada lágrima de desespero,
a implorar pela morte agonizante.
Vivemos em um mundo cercado por ódio,
pessoas morrem nesse jogo voraz,
Vivemos nessa arena sem paz.

Sem dó nem piedade
empunhamos as armas,
o sangue corre,
a faca escorre
e morte nos conduz a outro mundo.

Só um vence!
Bem aventurado aquele 
que foge e se esconde.
Não somos felizardos por estar aqui.
Uma cruz ensanguentada marca nossa paz
finalmente conquistada!

sábado, 24 de agosto de 2013

Asas de morte

A senhora e a morte - Tentativa frustrada de fazer poesia
(poema de Igor Maion)

Em seus olhos ela via horror,
Sua pele exalava o odor
Do medo ao ver a morte
Diante de sua face envelhecida.

Com a foice a respingar sangue,
O ceifador lhe reverencia
Com suas asas negras a se espalhar
Absorvendo a luz
A lhes beijar...

A velha senhora já não temia
Entendia que sua hora finalmente aparecia,
O horror se desfez em lágrimas 
quentes de ternura.

O ceifador a ergueu, 
Tão suava que ela nem ao menos percebeu,
olhou-a nos olhos mais uma vez
a vislumbrar tudo em vida o que ela fez...

Três crianças ela teve de criar
O marido abandonar.
Ela fugiu e mentiu, 
Amou e lutou.

- És um exemplo - sussurrou admirado.
A mais bela poesia ele recitou,
A ela que se levantou em seus braços.
As mãos a lhe tocar
E a lamina a lhe matar...

Até sua alma voar!


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Rastros de pneu sangrentos

Cenário: Um subúrbio de classe média em Pittsburg, 1978. O adolescente Arnie Cunningham (17 anos) é um perdedor, estudioso e oprimido aluno do último ano do ginásio, sofre de "bulling" por ser magricelo, desajeitado e socialmente deslocado, com o rosto coberto de espinhas ele é obrigado a engolir apelidos como "Cara de pizza" entre outras ofensas e mesmo tendo Dennis Guilder (o chefe do time de futebol) como amigo, ele não escapa das maldosas brincadeiras de Buddy Repperton e seus comparsas que algumas vezes chegam a ser violentos. Mas a vida de Arnie estava prestes a mudar drasticamente, com a chegada de Christine, mas não esperem um romance em estilo Romeu e Julieta, pois no coração assombrado de Stephen King, Christine é um carro e não apenas um carro, é um Plymouth 1958, com uma alma feminina a lhe possuir, uma alma extremamente ciumenta e vingativa.
Christine foi a primeira obra de Stephen King que eu li em minha vida, um livro extremamente extenso com 549 páginas de puro horror e suspense, lembro-me do choque que foi a mim ler um livro de sua autoria pela primeira vez: Eu estava com exatamente 14 de idade e mu pai constantemente citava esse autor e principalmente esse romance, que vinha a ser seu preferido, pois então, pesquisando em livrarias encontrei exemplares extremamente caros e com receio de não gostar de seu conteúdo, pois nunca havia lido nada do autor, não me arrisquei por um tempo, até que fazendo uma visita a um sebo perto de casa eu o vi, em uma edição antiga da editora Francisco Alves que hoje em dia nem existe mais, aquele livro sugestivo chamou-me a atenção, com sua cor predominantemente azul e sua enorme caveira vermelha a me fitar, com o nome da coleção a me atrair: "Mestres do horror e da fantasia", folheei o livro inteiro, antes de decidir comprá-lo, no entanto estava com pouco dinheiro, um livro daquele tamanho deveria custar muito, pensei, mas me surpreendi ao descobrir que poderia levá-lo comigo por apenas R$10.00 e isso era muito mais conveniente do que pagar R$49.00 na livraria. Não demorei nada para ler, apesar do tamanho, e ao terminar minha leitura só pude dizer: "Stephen King é sensacional!".
Mas continuando o resumo que comecei anteriormente: Christine veio a Arnie por acaso, ele e seu amigo Dennis estavam a caminho da escola quando passaram por um estacionamento onde estava ela, completamente acabada e ultrapassada e foi amor a primeira vista. Arnie o comprou por um preço muito baixo e a partir dai passa a dedicar cada segundo de seu tempo livre a concertar o belo carro, com uma lataria vermelha e branca, Christine é sobrevivente de uma época em que a gasolina de alta octanagem custava vinte e cinco centavos o galão e os velocímetros eram calibrados para até cento e noventa quilômetros horários, uma época em que o rock 'n' roll dirigia a América, com todo o seu brutal poder, uma época em que a velocidade era rei. Mas então coisas estranhas começam a acontecer, a cada melhora em Christine, há uma melhora em Arnie e o garoto emerge das sombras, se tornando mais belo, as espinhas desaparecem e com elas sua timidez, mas isso acaba por trazer o ódio de seus antigos inimigos a ele e após tentarem destruir Christine por completo, um a um vai aparecendo morto nas sombrias e geladas ruas de Pittsburg, em destinos tortuosos e mortes horrendas, eis então que surge na trama a peça central do clímax: Leigh Cabot, a bela jovem que conquista o coração de Arnie, Dennis e a fúria de Christine.
Leigh então passa a ser a garota de Arnie e passa a sentir um desconforto tremendo toda vez que entra em Christine, mesmo sem poder explicar, até que o próprio carro tenta matá-la asfixiada e ela pode ver dos grandes olhos no painel de controle, sendo salva por pouco ela jura nunca mais entrar no carro e passa a investigar com Dennis tudo o que vem acontecendo, assemelhando uma coisa a outra e enfim chegam a uma conclusão: Christine esta viva!
A partir dai partem em uma guerra contra o tempo para salvar Arnie, o povo inocente da cidade que não gosta de Arnie e consequentemente a si próprios, atraindo Christine e todo o seu ódio para si mesmos e tentar destruí-la antes que seja tarde demais.
É simplesmente fantástico, como disse antes, não é um livro com o qual se possa esperar aprender, embora o rico conhecimento sobre automóveis possa ser guardado, mas é excepsionalmente um livro para se ser lido por diversão, por conter inúmeros palavrões e sexo explicito, além de cenas de puro horror e medo que mesmo aos corações mais gelados e incenciveis é capaz de arrepiar os cabelos da nuca sem que o leitor nem ao menos perceba o porque a linguagem literária de king é feita para este propósito. 
Mas bem, Christine teve uma adaptação holliwoodiana em 1983 pelas mãos de John Carpenter e de minha singela opinião, ficou muito fraca, adoro os filmes desse diretor, mas essa foi mais uma obra extensa que não soube ser bem aproveitada em um bom roteiro, mas vamos logo dar minhas rosas né?


LIVRO: 8 rosas vermelhas!
FILME: 6 rosas vermelhas!

Até a próxima! 


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Sentimentos... e nada mais!

Perdão - Poema de Igor Maion

Já disse tudo
E não disse nada!
Meu coração sangra por ti
Minha amada!

Por seu carinho anseio,
Por seus lábios a me acariciar.
Por seus olhos cheios d'água
Posto-me a chorar!

Eu grito ao ar!
Eu peço perdão!
A declamar
Minha mais bela canção!

Porque eu te amo!
Eu me entrego aos seus braços.
Eu te amo!
Eu me deito ao chão...

Eu te amo!
Venha para mim...

Eu te amo...

Doce, porém macabro.

 "Romance água com açúcar e mela cueca" pensei quando vi o livro que meu pai havia comprado para minha irmã a um tempo atrás, que esta não quis ler. A capa trazia uma valsa adolescente, já achei piegas, mas gostei do que vi na boca do rapaz quando olhei mais atentamente: Presas! Sim, presas! Eu sei o que vai dizer! Claro que tem presas o cara é um vampiro, o livro trata desse assunto desde o título Igor burro! Eu sei meus queridos! mas o que me alegrou em ver presas foi a garantia deste livro não ser um crepúsculo da vida, pois alem daqueles frutinhas brilharem ao sol, também não possuem presas, por isso minha alegria. E por falta de ter o que ler e pela espontânea rejeição da minha irmãzinha pelo livro senti pena e comecei a ler, sem nem ao menos ler o resumo, mas aqui dou-lhes um resuminho:
Jessica Packwood levava uma vida normal até que um ser estranho, todo vestido de preto apareceu em sua casa quando ela estava só, dizendo que ele era um vampiro, que ela era uma vampira e que iriam se casar, sem reação ela simplesmente fez o que qualquer pessoa sensata faria: cravou-lhe o forcado que estava em suas mãos no pé do rapaz e saiu berrando.
tempo depois seus pais lhes explicaram que quando a adotaram na Transilvânia, eles a adotaram a pedido de seus pais biológicos, vampiros de uma família real que estava em guerra e queriam protegê-la, mas para acabar com a guerra, prometeram-na em casamento ao principe Lucius Vladescu, que agora veio buscá-la, mas ela se recusa a ir e ele fica, para seduzi-la e aprende a nova cultura ocidental norte-americana, com seus aparelhos eletrônicos, gírias, danças e paqueras que sempre acabam em sexo e nisso Lucius ai se esquecendo de seu dever e isso acaba por acarretar consequencias inimagináveis para todos os envolvidos.
Eu confesso que apenas de tudo gostei da história, Lucius é um vampiro de verdade e os vampiros desta trama são violentos, selvagens e vingativos, são verdadeiros exemplos da raça e vale a pena ler, mas vo logo dar minhas rosas:


ROSAS PARA COMO SE LIVRAR DE UM VAMPIRO APAIXONADO: 8 rosas vermelhas.

Até a próxima!

Seguindo a tradição gótica de Anne Rice

"O extraordinário é que esse rapaz, com 29 anos, escreve um livro sobre um tema geralmente marginalizado. Apesar do Bram Stoker e de grandes escritores terem se dedicado a esse tipo de literatura, como Edgar Allan Poe... Enfim, um monte de escritores sempre foram fascinados por esse tema, e ele escreve um livro da maior qualidade, o que é difícil, e ganha um prêmio importante. Isso eu acho fantástico! O Clube dos Imortais, vou levar e já começar a ler hoje!".
- Jô Soares
PROGRAMA DO JÔ
14/12/2006

Era uma vez um aluno de faculdade do 1° semestre conhecido como EU, isso mesmo, euzinho (Igor Maion) o escritor deste blog que vocês tanto amam, mas nesta época, este blog ainda nem existia, pois bem, semanas de aula se passaram e tudo era novidade até que meu caro professor Carlos Andrade (também escritor) ofereceu-me e aos meus colegas a oportunidade de começar o projeto de pesquisa científica e sem saber muito o que era isso (o que não vem ao caso) eu me inscrevi, junto com mais alguns colegas para participar e isso me aproximou mais deste professor. Mas por que cargas d'água voce está contando isso Igor? Vocês devem estar pensando, mas tenham paciência, logo entenderão. Continuando... Este professor que eu tanto gosto e tenho grande amizade, pois é um dos melhores professores que eu já tive em toda minha vida, me disse então que era escritor publicado e me apresentou um de seus livros (A Tríade), deste o qual escreveu com mais três autores de sucesso, sendo estes: Octavio Cariello, Claudio Brites e o grande Kizzy Ysatis! E era aqui que eu queria chegar.
Curiosamente, este último escritor citado me chamou grande atenção, primeiramente pela foto no fim do livro de meu professor, foto esta em que estavam os quatro autores juntos e Kizzy se destacava dentre todos eles, pois se vestia como um verdadeiro vampiro gótico, de cartola, maquiagem e cabelos longos, enquanto os outros mantinham suas aparências  normais, estando ligados apenas pela camiseta comemorativa do livro, mas enfim, Kizzy chamou-me a atenção e ao ler seu nome eu sabia que o conhecia de algum lugar... Mas de onde? Ahh, pensei, Devo ter lido seu nome em algum outro livro em alguma livraria alguma vez... E sendo assim não me torturei em tentar lembrar de onde o conhecia, mas por obra do destino minha sina não estava acabada, pois na mesma época eu estava lendo um livrinho de banca da Editora Escala, intitulado: Crepúsculo - O despertar dos Vampiros, que nada mais é do que uma coletânea de 15 contos de autores brasileiros, sobre o tema Vampiros e eu já estava no décimo primeiro (lembro-me bem), quando deixei-o aberto em cima da cama e fui almoçar, quando voltei para continuar a leitura, o vento vindo da janela aberta havia mexido com as páginas e o livro estava quase fechando sozinho pelo peso da capa quando eu o peguei em seu índice de autores e lá estava ele (seu nome), Kizzy Ysatis!! Com todas as letras e foi então que descobri de onde conhecia o vampiro gótico e voltando ao seu conto (Eterno Castigo) que já havia lido há dias atrás, pois era o segundo da coletânea, eu o reli, com uma fome voraz e mais uma vez notei que era um dos melhores contos daquele livro e que também me chamou muito a atenção por me lembrar bastante o estilo narrativo de Anne Rice, a deusa dos Vampiros. E foi assim que me apaixonei por suas histórias.
Mas vamos continuar? Sim? Ótimo! Pois depois que havia provado mais uma vez de seu esplendor literário magnífico, fui pesquisar a obra completa deste autor e me encantei com cada resenha e cada resumo de cada história que lia, pois ainda não tinha como ter os livros em mãos e dentre mais conversas com meu professor, descubro que sua obra mais famosa (O Clube dos Imortais) havia ganhado o prêmio RACHEL DE QUEIROZ, pela UBE - União Brasileira de Escritores, mas posteriormente percebi que poderia ter descoberto isso por conta própria, pois está escrito na capa deste livro -_-. Mas esta conversa não foi de todo perdida, pois soube em primeira mão (ou não kk) que Kizzy iria relançar O Clube dos Imortais em uma versão estendida e ilustrada por ele mesmo e naquele mesmo ano, foi quando fiquei pasmo e louco, resisti de todas as maneiras não comprar o livro para comprar o ilustrado, mas que no final das contas, um problema de última hora me incapacitou de ir ao grande evento de lançamento, o que me deixou muito chateado, pois não seria uma simples noite de autógrafos e sim um grande baile de máscaras e pelo que vi das fotos foi incrível, mas chega de drama! Ainda mais para mim: O rei do drama! (kkk), se não pude ir então era finalmente a hora de comprar o livro não é? Esperei um tempo pois estava sem dinheiro e a cada vez eu ia pirando mais, lia trechos na internet, mas isso não era como ter o livro em minhas mãos, até que enfim consegui a grana e foi quando corri ao shopping Metrô Tatuapé, onde haviam as livrarias mais próximas a mim (Nobel e Saraiva), bom na Saraiva me disseram logo de cara que não tinha e que não havia previsão de chegada e na Nobel (segundo a vendedora que olhou apenas o nome do livro no computador) só havia a edição clássica do romance. Ok, agradeci e parti, havia outro shopping logo enfrente com outra Nobel e lá eu esperava encontrar mas para o meu desespero, esta estava fechada para manutenção. Inferno! gritei em pensamento e voltando para a Nobel do Tatuapé, estava decidido a comprar a edição clássica mesmo. Pelo menos o texto em si está lá e é isso o que importa!
- Voltou? - perguntou a vendedora que havia me atendido anteriormente.
- Sim - respondi - Vou ficar com o livro naquele formato mesmo.
- Senhor?
- O Clube dos Imortais - lembrei-a - A versão não-ilustrada.
- Há, sim, sim - disse ela voltando a digitar o nome do livro no computador - Está lá em cima.
E acompanhando-a subi as ecadas de ferro da livraria até uma prateleira ao lado de outra repleta de livros de Anne Rice (coincidência?), alegrei-me finalmente ao ver que o livro que ela me entregava tinha capa azul e dizia: 2° edição, revisada e ilustrada pelo autor
- Espere! - exclamei para a vendedora - Esta é a versão ilustrada.
- Perdoe-me - disse ela, tomando o livro das minhas mãos e me entregando outro, o clássico, por dentro queimei de cólera "PORRA! EU NÃO PRECISAVA TER ANDADO ATÉ O OUTRO SHOPPING SE ELA SOUBESSE DISSO!", mas não disse coisa alguma, pois sou bem educado e agradeci, trocando o livro pelo ilustrado quando ela se retirou e finalmente ele era meu! Depois de uma odisseia ele finalmente é meu!
Mas agora, para parar de falar de mim, um resuminho feito por mim do magnífico romance de Kizzy Ysatis: 
O Clube dos Imortais conta a história de Luciano de Paula, um jovem que vive no subúrbio sombrio de Classe Média do Itaim Paulista (em São Paulo), morando em maus alojamentos em uma chácara sem dono em meio as casas de concreto, perto da Rua Tibúrcio de Sousa (que por acaso conheço e sei exatamente onde é ^_~), ele não esperava receber uma visita tão sinistra. Em uma noite, havia levado o fora da namorada, Jéssica, e andava o caminho de volta para casa em meio a tempestade quando decidiu seguir um gato que lhe chamou a atenção e no além da tempestade manifesta-se o morto-vivo, um ser alto, de sobretudo e cabelos volumosos e negros a emoldurar o rosto pálido de olhos penetrantes e com o som de um trovão e o brilho de um relâmpago ele desaparece, deixando o garoto atordoado e confuso.
Naquela mesma noite, na companhia de seu amigo Claudio, Luciano vê a figura novamente na janela, ou era sua imaginação? mas então encontra em sua porta uma flor e o gato que perseguira e na companhia dos dois indivíduos ele passa a noite, para de manhã Claudio descrever a ele um sonho bizarro em que Luciano era atacado por uma fera, mas quando finalmente Luciano consegue acalma-lo, são surpreendidos por escritos ameaçadores na parede externa da casa e tudo indica que fora usado sangue como tinta. Horrorizados tentam se acalmar e Luciano, depressivo se una a seus amigos. Mas então ele é sequestrado e acorda em meio a túmulos no honorável Cemitério da Consolação e todo seu esplendor e também na companhia do ser misterioso da tempestade que revela-se por Vampiro Luar, mas jura não feri-lo, pois tem interesses sobre ele. Luciano logo se espanta e tenta ferir o homem, mas este possui uma força anormal e o garoto nem sequer o toca, eles então começam a conversar e em meio a túmulos Luar conta a ele histórias de desde o início dos tempos, sobre a origem dos primeiros bebedores de sangue e suas descendencias, conta a ele histórias envolvendo Dom Pedro I e a Marquesa de Santos, Alvarez de Azevedo e o fascinante século XIX, repleto de sombras na cidade da garoa e oferece a ele a oportunidade de viver para sempre, mas outras tramas de Luar, envolvendo bruxas, lobisomens e mais de 2.500 vampiros aprisionados traz a trama um fim surpreendente e incrivelmente triste.
Este é um livro que me fez pensar em muitas coisas, me fez filosofar sobre as questões da estética, do intelecto, do amor, do ódio, da questão de sexualidade, do medo, da amizade e principalmente da morte! É um livro que vale muito a pena ser lido, valeu cada centavo, mas ainda preciso do meu autógrafo kk ^_~
Mas vou logo das minhas rosas:


ROSAS PARA O CLUBE DOS IMORTAIS: 10 rosas vermelhas!! Pois o livro é perfeito!
Até a próxima!

P.S.: Recomendo que leiam também A Tríade, escrito por Kizzy Ysatis, Carlos Andrade, Claudio Brites e Octavio Cariello e descubram qual o segredo que une um anjo, um templário e um vampiro. É muito bom mesmo e podem aguardar uma resenha sobre esse também! ^_~.

P.P.S.: Este livro (O Clube dos Imortais) tem sua continuação no livro "O Diário da Sibila Rubra", que ainda não li, mas vou comprar e assim que acabar entrego-lhes mais uma resenha!

P.P.P.S.: Confiram a entrevista de Kizzy Ysatis sobre O Clube dos Imortais no programa do Jô:


P.P.P.P.S.: E também minha representação (mais ou menos) de como imaginei o Vampiro Luar quando eu estava lendo este livro magnífico:



OBS.: Baco inspirado nas ilustrações originais do autor porque definitivamente eu não sei desenhar gato a partir do zero e como eu o imaginei não sairia nem em um milhão de anos kkk

 P.P.P.P.P.S.: Deixo aqui o Blog do autor:  http://kizzyysatis.blogspot.com.br/

 P.P.P.P.P.P.S: (Juro que esse é o ultimo P.S. kkkk) deixo o book trailer feito pelo nosso amigo Diego Martins, só para vocês terem um gostinho final ^_~.


Outras resenhas sobre livros de Kizzy Ysatis:

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Por entre as brumas


Cântico ao Luar - Poema singelo de Igor Maion

Por entre as brumas do oceano
O pássaro negro levanta o voo,
Com asas tão belas a refletir a luz da manhã
em todo o seu esplendor!

Ouviste! Ouviste!
Oh noite eterna!
Luar do meu coração que gela.

Sangro por ti, oh Serafim!
Quero por ti viver e te amar!
Quero eternamente vagar, 
por entre as brumas a tocar
meu majestoso Violin.

Por entre anjos de trevas
a me carregar, quero a ti
beijar. quero a ti ler meus caros versos.

Pois a ti vivo!
Arcanjo! Meu anjo!
E vivo... Gelo!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Sedutor clássico do horror mundial gótico.

Aconteceu em 1897. O Irlandês Bram Stoker (1847-1912) foi duramente criticado pela imprensa e seu nome foi tachado de listas de convidados por causa de um livro repudiado pela sociedade da época. Assim nasceu Drácula, o romance vampiresco mais famoso de todos os tempos, mas que na época de sua publicação não foi considerado adequado e de início levou inúmeros NÃOS de editoras pelo excesso de elementos sobrenaturais no enredo, pela repugnância do tema e choques à realidade, muito fortes para as pessoas lerem por prazer. Mas certamente Drácula NÃO foi a primeira história de horror sobre o tema a ser contada (embora muitos insistam em dizer ao contrário "Santa ignorância!!"), sendo essas outras a fonte de inspiração de Stoker para criar o seu ser macabro. Como por exemplo a sombria saga de Frankenstein, de Mary Shelley de 1816, O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson de 1886, mas falando de vampiro há o conto gótico Carmila, a vampira de Karnstein, composta por Joseph Sheridan Le Fanu entre 1871 e 1872, que retratando na personagem-heroína Laura, os limites da sanidade humana a ser atormentada pela sedutora Carmilla, a primeira vampira da literatura a ser considerada lésbica, mas que no entanto, Le Fanu deixa claro as justificativas dos desejos secretos de Carmilla por Laura e outro a servir de inspiração vampírica também foi o conto O Vampiro, de John Pollidori, que retrata o vampiro como o verdadeiro protagonista, um ser elegante e extremamente poderoso e cruel que cativa as pessoas de sua cidade com seu encanto sobrenatural, mas que logo levanta suspeitas e por outra criatura vem a ser confrontada (devo admitir que esse conto consegue me tirar o fôlego!).
Mas voltando ao assunto Dráculiano. Após a superação da critica, a publicação do livro e o escandalo reduzido, Bram Stoker era constantemente questionado sobre as origens de seu perturbador Conde Vampiro e ele sempre arrepiava os curiosos descrevendo um pesadelo provocado por uma exagerada porção de salada de caranguejo e no meio desse pesadelo, ele teria visualizado o ser se levantando de sua sepultura enferrujada e empoeirada, nos porões de um castelo, sedento por sangue, pronto para mais uma diversão noturna à procurar por suculentos pescoços de donzelas indefessas e crianças acordadas depois da hora nas geladas ruas da Transilvânia, no centro da Romênia. Mas ninguém em seu círculo de amigos acreditava nessa história, mas Stoker a manteve até o fim, acrescentando aqui ou ali algum detalhe para deixar a história que virou lenda ainda mais macabra. 
No entanto, todos sabemos que Drácula não foi inteiramente criado a partir de um sonho, pode ter sido isso no início? Claro! Mas para criar um dos personagens mais complexos da literatura, Stoker usou de muito mais do que as imagens de um pesadelo e lendo e estudando o gênero e a mitologia vampiresca, Stoker assemelhou ficção e realidade a sua pequena obcessão pelo príncipe da Valaquia, o famoso empalador Vlad Tapes III (1431-1476), o sanguinário, um governante cruel e sádico, mas um valoroso guerreiro contra os turcos, chegando a empalar mais de 20 mil deles de uma única vez; era maníaco por ver sangue e por destruir seus inimigos e foi treinado em uma escola de magia negra - Scholomance - a escola do Diabo, nas montanhas Cárpatos, na Transilvania e foi com o aspécto frio e imortalmente monstruoso de Vlad, que Stoker criou a personalidade cruel do vampiro e também porque Vlad tinha o costume de fazer suas refeições ouvindo os gritos de suas vitmas sendo torturadas e ele bebia o sangue deles ao invés de vinho em uma caveira humana, o que deu a luz ao apelido de O Vampiro ao sanguinário príncipe.
Mas falando um pouquinho da trama em si criada por Stoker, a história não é contada em um ritmo muito comum, Stoker queria inovar no gênero, pois livros comuns sobre o tema já existiam, mas ele precisava criar algo capaz de chamar a atenção, se destacando dos outros, pois então, Drácula não tem uma narrativa em 3° pessoa, como a maioria dos outros livros e também não tem somente um narrador, sendo o livro narrado atravéz de cartas passadas e respondidas por seus remetentes, notícias de jornais, colunas e também extensos e detalhados relatos de diários. tendo muitos personágens narrando a trama, isso traz ao leitor uma sensação de poder, de espectador, pois a cada capitulo voce recebe uma nova informação e detalhe que outro personagem não sabe e sabendo de tudo voce acompanha os personagens que não sabem de nada até o suspiro do juizo final arrebatador. Mas enfim, já é hora de conhecer um pouquinho a história, então aqui deixo um resumão de tudo, para depois retomar com a resenha:
A história começa com a chegada do vendedor de imóveis Jonathan Harker a um castelo em uma área remota da Transilvania, nas montanhas Cárpatos, cercada de árvores e bestas selvagens. Ele foi até lá a pedido do próprio conde Drácula para acertar-lhe termos de compromisso e contratos para adquirir terras inglesas nos arredores de Londres.
Jonathan começa logo a perceber que existe algo de errado em seu anfitrião hospitaleiro - alo realmente assustador - quando fala de sua esposa morta vê lágrimas vermelhas nos olhos dele e estes chagam a brilhar quando Jonathan cita sua noiva com quem vai se casar e se espanta com a reação do conde ao mostrar-lhe um retrato desta, a partir dai Jonathan percebe que seu Conde não está com ele durante o dia, ele nunca sai de seus aposentos antes do sol se por, percebe que não há sangue correndo em suas veias e drácula é extremamente frio, e em um sonho, Jonathan adormece em uma cama fora de seu quarto e é seduzido por três belas jovens que possuem dentes pontiagudos, mas que são repreendidas pelo conde e este dá a elas um bebe recem nascido para se alimentárem de seu sangue. Harker percebe então que não pode sair do castelo e que lá ele é um prisioneiro do conde que após te-lo preso, viaja até a Inglaterra, deixando para trás um rastro de medo, sangue e alerta para todos. E enquanto isso Jonathan é deixado sob a guarda das três vampiras que se alimentam de seu sangue humano para impedi-lo de fugir, mas mesmo assim ele consegue escapar e, apesar de bastante debilitado, encontra um convento, onde pede que envie a sua noiva uma carta, pedindo para ela se encontrar com ele ali, para juntos se casarem.
Já na Ingleterra, a melhor amiga de Mina (noiva de Jonathan), Lucy, uma bela jovem, começa a apresentar estranhos sintomas: Uma enorme palidez e marcas em seu pescoço que jamais parecem cicatrizar. Seu noivo e amigos então convocam o honorável professor Abraham Van Helsing, um medico, filófofo metafísico, especializado em doenças ocultas, famoso por seus métodos nada ortodóxos e assim que a vê, Helsing supõe que a garota tenha sido vítima de um chamado nosferatu, ou vampiro, mas não revela isso de imediato com receio da reação de todos e a cada ataque, ele lhe faz uma transfusão de sangue. Mas em uma noite, Lucy e sua mãe são atacadas por um animal gigantesco e ambas morrem. Lucy, como fruto direto do ataque sanguinário e sua mãe vítima de um ataque cardíaco provocado pelo horror e pelo pânico.
Lucy é enterrada, mas sua cina não termina ai: ela levanta de seu túmulo durante as noites que se seguem e atrae criancinhas para suas garras, se alimentando do sangue delas, passando a ser vista constantemente, Lucy é relatada pelos jornais e pessoas como "A mulher de branco" e  Helsing, não tendo outra opção, revela suas conclusões ao noivo e amigos da moça. Eles então decidem colocar um fim naquela forma sombria de vida, pregando-lhe uma estaca com coração e cortando-lhe a cabeça - só assim ela descansaria em paz.
Pouco tempo depois, para surpresa deles, percebem que Drácula tinha agora uma nova vítima: Mina, que segundo a história é a reencarnação de Elisabeta, a noiva de Drácula em vida, que sob truque vingativo dos Turcos foi enganada e acreditando que seu principe estava morto, atirou-se da torre de seu castelo para o rio logo abaixo que passou a ser conhecido pelo rio da princesa, Drácula indignado recusa-se a morrer e durante quatro séculos procurou por sua amada, até que a encontra em face de Mina. Agora já regressada de Budapeste, com Harker, agora juntos na condição de marido e mulher. Porém, além de se alimentar de Mina, Drácula também dá a ela o seu sangue - ritual que os faz ficar ligados espiritualmente, uma espécie de matrimÔnio sombrio.
Mas Helsing compreende que, por meio da hipnose, é possível seguir os movimentos do vampiro, e assim, decididos a destruí-lo e a salvar mina, os homens perseguem o vampiro. Ele foge para o seu castelo, mas a moradia do conde é destruída pelos perseguidores antes que ele concretize seu objetivo e mesmo sabendo que fora a amante sombria do passado de Drácula, mina crava-lhe a estaca no peito e corta-lhe a cabeça, libertando a todos da maldição e do terror causado pelo monstro.

Mesmo com todo "sucesso" da época, o personágem só foi atingir a fama nos idos de 1920. E foi o cinema que fez Drácula atingir o grau de popularidade que tem hoje.
Em 1921, foi citado pela primeira vez no cinema, no filme húngaro "A Morte de Drácula", em que o personágem em si não aparecia - apenas seu nome. No ano seguinte, veio "Nosferatu" (que todo mundo pensa que foi a primeira citação de Drácula no cinema), clássico do expressionismo alemão que foi perseguido e tirado de circulação pela viúva e herdeira de Stoker, por adaptar a história sem permissão. Em 1931, foi feita a primeira adaptação cinematográfica autorizada, levando Bela Lugozi no papel de Drácula e, a partir daí, viveram uma secessão de títulos. Estimando-se, hoje que existam mais de 200 filmes em que Drácula apareça como personágem.
Mas minha adaptação preferida é a de 1992, dirigida por Francis Ford Coppola, trazendo o venerável Gary Oldman numa visão única e poética da saga do vampiro em busca do amor, trazendo a seguinte frase em seu bordão: "O amor nunca morre!".
Mas enfim, vou dar logo minhas rosas ao livro:
ROSAS PARA DRÁCULA, BRAM STOKER: 9 rosas vermelhas.
Até a próxima!









segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Uma história fantástica de assassinato e erotismo.

França, século XVIII. Um lugar totalmente averso a sua imaginação que eu tenho certeza de que rolou longe agora, não é? Pois ao menos que voce tenha esplendido conhecimento de mundo, especialmente dessa época, imaginou um lugar cuja cor predominante vem a ser o azul, o verde ou qualquer outra cor fria e suave, onde as pessoas usam roupas de gala como vestidos longos e cheios, os homens de lustrosos chapéus feitos especialmente para o formato de suas cabeças e ternos vitorianos caros e perfumados. Ahá!! Era ai que eu queria chegar! Se voce imaginou tudo o que descrevi anteriormente, prepare-se pisicológicamente para ler esse livro, ou então não leia-o, passe para outra resenha ou então espere a próxima, pegue um livro mais adequado ao que voce imaginou, talves algo do século XIX, mas se quer continuar então está bem. Pois então saiba que naquela época, diferente do agora, as pessoas cheiravam mal, muito mal!! Principalmente na França, onde a população era maior, as ruas eram banhadas em lama, vômito, mijo, verduras, frutas e carne podre, gordura e fezes de animais, a cor que predominava eram as cores quentes e escuras naquela época sombria, onde boa parte do ano era de um calor escaldante, o que intensificava o cheiro do ar e das pessoas que não costumavam se banhar e por isso (as mais ricas) abusavam dos perfumes de grandes artistas que os criavam exclusivos para seus clientes.
Mas nenhum lugar de toda a França fedia mais do que entre a Rue aux Fers e a Rue de la Ferronnerie, ou seja, no Cemitère des Innocents, mas quando finalmente foi esquecido, nasceu logo em cima deste, o lugar mais fétido de Paris, uma feira livre, onde nessa havia o mercado de peixes, o pior lugar para se visitar e foi exatamente ali que nasceu o protagonista de nossa aventura olfativa, sendo este chamado e conhecido pelo nome: Jean-Baptiste Grenouille. Filho de uma mulher extremamente pobre, Jean nasceu indesejado e sua mãe trabalhava trinxando peixes no dia mais quente do ano, quando sentiu as dores do parto, se abaixando para debaixo da mesa e o forçando a sair de si, cortando o cordão umbilical com a faca que estava usando e o empurrou para junto do lixo e entranhas de peixe para morrer e ser jogado fora, assim como fizera com seus outros filhos, mas Jean não era como seus outros filhos e quando chorou estrondosamente, os oficiais perceberam o crime e ela foi enforcada em praça pública.
Jean cresceu em um orfanato, até que foi vendido e passou a trabalhar com marinheiros, mas logo ele percebeu que não era como os outros, ele possuia um dom sobrenatural que o destacava, este era seu oufato, o mais apurado do mundo e logo ele percebeu que não haviam só odores e se interessou muito pelo perfume de uma bela dama, que ao tentar mante-la para si, acabou matando, e ao perceber que com o passar do tempo o perfume dela ia se dissipando, ele procurou um dos perfumeiros mais famosos, oferecendo seus trabalhos em troca de ensinamentos para preservar o cheiro, mas os métodos que lhe são ensinados não correspondem a sua obsessão que é preservar o cheiro humano e sendo assim, ele parte em viagem para seu aprendisádo e quando encontra, cria então seu plano do perfume perfeito, capaz de seduzir e controlar qualquer pessoa e passa a matar as mais belas e formosas jovens, para possuir seus perfumes.
Este é um livro profundamente espressivo, artistico e realista, cada personágem vem com uma caracteristica unica e profunda, a narrativa é muito rica e as referencias do autor ao cheiro são tão fortes que as páginas parecem impregnadas de odores, recomendo muito esse romance e também sua adaptação de grande sucesso para o cinema de 2006, levando em seu elenco Bem Winshaw, Dustin Hoffman e Alan Rickman. Mas vamos dar logo minhas rosas.
LIVRO: 8 rosas vermelhas.
FILME: 7 rosas vermelhas.





Até a próxima!