sábado, 24 de agosto de 2013

Asas de morte

A senhora e a morte - Tentativa frustrada de fazer poesia
(poema de Igor Maion)

Em seus olhos ela via horror,
Sua pele exalava o odor
Do medo ao ver a morte
Diante de sua face envelhecida.

Com a foice a respingar sangue,
O ceifador lhe reverencia
Com suas asas negras a se espalhar
Absorvendo a luz
A lhes beijar...

A velha senhora já não temia
Entendia que sua hora finalmente aparecia,
O horror se desfez em lágrimas 
quentes de ternura.

O ceifador a ergueu, 
Tão suava que ela nem ao menos percebeu,
olhou-a nos olhos mais uma vez
a vislumbrar tudo em vida o que ela fez...

Três crianças ela teve de criar
O marido abandonar.
Ela fugiu e mentiu, 
Amou e lutou.

- És um exemplo - sussurrou admirado.
A mais bela poesia ele recitou,
A ela que se levantou em seus braços.
As mãos a lhe tocar
E a lamina a lhe matar...

Até sua alma voar!


Nenhum comentário:

Postar um comentário