quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Em nome do amor

"e nenhuma aurora é tão bela
quanto aquela que vemos após
uma noite de temores"
Olá caros leitores, como vocês estão? Como passaram a virada do ano? Eu sei que passei um bom tempo sem escrever e que está tudo muito parado aqui, mas agora estou de volta e juro que voltei com força total. Ultimamente, tem acontecido muita coisa ao meu redor, desde a minha decadência emocional (que já citei sutilmente antes e não pretendo nunca dar detalhes, pois é doloroso demais) eu venho conhecendo novas pessoas que estão fazendo minha vida mudar radicalmente (para melhor, com certeza), deixei por completo a depressão de antes, meu espírito está completamente curado, devo tudo isso a meus amigos, que permaneceram do meu lado, me levaram de um lugar ao outro, me mostraram como a vida é maravilhosa e o que eu estaria perdendo se desistisse, meus queridos, eu os amo de todo o meu coração, lhes devo tudo, hoje sou uma nova pessoa, uma pessoa muito melhor e por falar nisso, uma dessas pessoas é o autor do livro do qual falarei agora, meu caríssimo Kizzy Ysatis, que em pouco tempo fez-se valer por uma vida, o amigo que me aceitou com carinho e lealdade e que a cada dia gosto mais e mais.
Mas vamos falar do livro?
Pois bem, como já leram em minha outra resenha/crônica que fala de um livro de Kizzy Ysatis (O Clube dos Imortais:
http://igormaion.blogspot.com.br/2013/08/seguindo-tradicao-gotica-de-anne-rice.html) esse autor não está para brincadeira quando tem uma caneta na mão, uma folha de papel e uma ideia na cabeça, quando se trata de escrever ele leva a sério e qualquer um que ler qualquer um de seus romances, contos ou poemas pode perceber isso logo de cara, esse então, não poderia ser diferente, Kizzy escreve com tal maestria, que este (assim como o Clube) foi premiado: O Mistério do Rio das Rosas Brancas ganhou o premio de Honra ao Mérito no Concurso Internacional de Literatura pela UBE- União Brasileira de Escritores e diga-se de passagem, mereceu e muito.
Em O Mistério do Rio das Rosas Brancas, o autor foge um pouco da atmosfera que o consagrou para contar uma história completamente nova e polêmica, deixando de lado o gótico, o sombrio e o sobrenatural, Kizzy propôs para este romance um tema antigo, mas que ainda permanece atual e muito: o preconceito e a violência contra os homossexuais. Este é um livro sensível, que tem como objetivo, chamar a atenção do povo para o bulling nas escolas e em qualquer outro lugar, as falhas nas leis que deveriam ser mais severas e nas atitudes das famílias que foram criadas dentre preconceitos deste tipo e que consequentemente se tornaram iguais, condenando seus filhos por serem assim, taxando-os como lixo, espancando-os e humilhando-os, e até mesmo em casos extremos: matando-os. Digo eu, que nunca tive e nunca terei preconceito nenhum de nenhuma espécie, fui agraciado por uma educação familiar maravilhosa que me ensinou a ser assim, por isso esse livro me comoveu tanto, como pode existir tamanha crueldade no mundo? Como pode haver tanto ódio? tanta dor? tanto sofrimento? Bem, digo apenas que esse livro deveria ser passado pela mão de todos, é uma leitura obrigatória, não é apenas um romance, mas sim uma lição, para as pessoas terem menos preconceito e serem mais amáveis. Que maravilhoso seria um mundo de paz! 
Mas falando um pouquinho da história, este é um livro focado em dois protagonistas: o professor Luiz Caetano de Melo, um homem de 32 anos, um ser tímido e amedrontado, sempre trabalhando e quando não estava, estava sozinho, recolhido em seu pequeno apartamento, envolto em seus pensamentos melancólicos, traumatizado pelas tragédias de seu passado doloroso e com medo de enfrentar o mundo novamente por conta de sua homossexualidade. Nosso outro protagonista é o oposto, um homossexual, sim, mas este dispõe de seus 17 anos em toda sua glória, Ítalo é um jovem belo e confiante, assumido naquilo que quer e com total apoio de sua mãe, que compreende melhor do que ninguém os sentimentos do filho. Mas o que une essas duas pessoas? Vocês me perguntam, é simplesmente o fato de que Ítalo é apaixonado pelo professor Caetano e com o total apoio da mãe (a diretora do colégio onde Ítalo estudava e Caetano lecionava) ele se declara ao professor, dando-lhe de presente uma pulseira com uma imagem de São Sebastião, o qual Caetano era devoto quando menino, mas ao contrário do que Ítalo esperava, o professor se assusta e sem saber o que fazer, age com total frieza para com ele, desprezando o presente e saindo do local as pressas, deixando Ítalo chocado, sem reação e aos prantos (confesso que quis jogar o livro na parede depois dessa cena). Mas tudo não acaba ai, a mãe de Ítalo convence o professor a conversar com o garoto novamente após muito argumentar e ele encontra um Ítalo depressivo e revoltado que a cada desculpa dada pelo professor sobre o porquê de não poderem ficar juntos, argumenta e chora de raiva sobre as injustiças do mundo e como ele é podre, cheio de violência e preconceito, enfatizando o brutal fato de que a cada dois dias um homossexual é morto, vitima de violências causadas pela homofobia. É então que temos nossa reviravolta, na TV do lugar onde estavam os dois, é anunciado que uma represa será feita no rio da pequena cidade onde viviam e que tudo será inundada pela água, obrigando todos a se mudarem e isso causa uma revolta em Caetano que Ítalo não consegue compreender e este segue o professor que vai debater com o pai do menino, um dos engenheiros responsáveis pela obra, obviamente sem sucesso, mas aceitando sua derrota, vai com o menino visitar pela ultima vez, seu lugar preferido da infância, o rio das rosas brancas, que desperta em ambos uma fascinação ao ver as rosas despencando do penhasco e suas pételas voando no ar como neve, sobem o penhasco e maravilhado o professor se apoia em um galho seco para ver melhor e despenca vários metros até o rio, deixando o garoto gritando. E o mistério é o que ocorre após esse acontecimento, quando Caetano se encontra em outra época, junto a um garoto chamado Luiz, que se vê apaixonado por ele, e por que os olhos são tão familiares? tudo aquilo? Quem é aquele garoto? Por que se sente tão atraído? 
Ganhei o livro de presente do próprio autor e o devorei sem pressa em dois dias, é uma leitura leve, porém, arrebatadora, com uma corrente de lágrimas e sorrisos, cheio de poesia e romance. É uma história de sentimentos e observação, Kizzy Ysatis trouxe a nós muito o que pensar e repensar: Fé, mistério, reflexão, sexualidade e polêmica. Tudo isso nos envolve em O Mistério do Rio das Rosas Brancas. É uma leitura que recomendo e muito a todos, espero que tenham gostado, e agora (ora vejam só!) darei minhas rosas:

ROSAS PARA O MISTÉRIO DO RIO DAS ROSAS BRANCAS: 
Esse é o problema quando elogio demais uma obra, 
fica óbvio, claro que darei 10 rosas vermelhas ^_~
Até a próxima!
Kizzy Ysatis dando autógrafos no lançamento deste livro



E claro, meu lindo autógrafo
Outras resenhas sobre livros de Kizzy Ysatis:

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