sexta-feira, 28 de março de 2014

Eu o matei!

Ele está morto! - poema de Igor Maion

Macio veludo cor de sangue
Que cobre o caixão de ébano,
Ele está morto!
Eu o matei!

Pele azulada, deitada a deriva,
Olhos fechados, meu coração sangra.
Ele está morto!
Eu o matei!

Os morcegos voaram da torre,
Nuas as mulheres choram.
Ele está morto!
Eu o matei!

Na névoa os uivos se perdem,
Mas olhos brilhantes não deixam de observar.
Ele está morto!
Eu o matei!

Na aldeia há festa,
No castelo não há nada.
Ele está morto!
Eu o matei!

Suas longas unhas,
Sua pele brilha com a luz da lua.
Ele está morto?
Eu o matei!

Seu peito estufado,
Parece-me tão belo...
Ele está morto?
Eu o matei!

Lábios vermelhos, Seu cabelo reluzente
Há palidez ele retorna...
Ele está morto?
Eu o matei!

Corriqueiro espio o caixão...
Seus olhos rubros como sangue.
Eu estou morto!
O vampiro bebe de mim!

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