quinta-feira, 20 de março de 2014

Salve-me!

Andante Morto - soneto de Igor Maion

Salve o andante morto!
Que caminha por entre as sombras,
Que rejuvenesce sob a lua cheia
E se alimenta do rubro vinho de nossas veias.

Salve aquele de cabelos longos e negros,
Manto esvoaçante como as asas dos morcegos,
Olhos felinos, capazes de penetrar a alma
E pele alva como a mais refinada porcelana.

Salve aquele que eu amo!
Aquele que bebe de mim,
Aquele que me abraça.

Salve aquele que me mata!
Que me fez fechar os olhos,
Aquele que me enterrou...

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